20 de ago. de 2010

MÁSCARAS





Cada vez que ponho uma máscara
para esconder minha realidade,
fingindo ser o que não sou,
faço-o para atrair o outro
e logo descubro que só atraio
a outros mascarados
distanciando-me dos outros
devido a um estorvo:
A máscara.


Faço-o para evitar que os outros
vejam minhas debilidades
e logo descubro que,
ao não verem minha humanidade,
os outros não podem me querer
pelo que sou,
senão pela máscara.


Faço-o para preservar minhas amizades
e logo descubro que,
quando perco um amigo,
por ter sido autêntico,
realmente não era meu amigo,
e, sim, da máscara.


Faço-o para evitar ofender alguém
e ser diplomático e logo descubro
que aquilo que mais ofende às pessoas,
das quais quero ser mais íntimo,
é a máscara.


Faço-o convencido de que é melhor
que posso fazer para ser amado
e logo descubro o triste paradoxo;
o que mais desejo obter
com minhas máscaras é,
precisamente, o que não
consigo com elas.

Gilbert Brenzon Lazan

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